Apesar da origem na mente, o palco das emoções é mesmo o nosso corpo, daí estarem diretamente ligadas à nossa saúde.
Graças à essa materialização, as emoções são alvo de inúmeros estudos científicos. Há muito que se sabe do mal e das doenças que trazem a ansiedade, a raiva, a solidão. Esses estudos evoluíram e agora estuda-se também o impacto das emoções positivas; como a amabilidade, o afeto, a compaixão.
Uma neurocientista norte-americana provocou uma verdadeira revolução nos estudos sobre corpo e mente quando descobriu que toda superfície da célula tem um receptor que capta as emoções e leva-as para dentro das células. E mais: essa “emoção” tem a capacidade de alterar a frequência e a bioquímica celular. As emoções não apenas alteram a nossa fisiologia e comportamento, mas também a nossa genética.
Com essa descoberta fica tudo resolvido. A partir de agora vamos acolher, cuidar, administrar e acarinhar todas as nossas emoções? Não é tão simples assim. Habitamos demasiado tempo o país da racionalidade e fomos formatados a ignorar as emoções. Fomos ensinados que certas emoções devem ser silenciadas porque elas não são bem-vindas na sociedade.
O bloqueio das emoções não vem apenas do aval social, vem também da nossa aptidão pelo menor esforço. Vivenciá-las dá trabalho. Envolve habilidade para lidar com os outros, com nós mesmos e com a emoção propriamente dita. Por onde começar? A lição primeira é a clássica: “conhece-te a ti mesmo”. Aprenda a identificar o que te perturba, o que te afeta. Pense, leia, recorra a ajuda de pessoas que convivem com você. Saiba identificar o que você sente.
Às vezes, devemos mesmo sentar-nos e tomar um café com as nossas emoções menos boas. A vivência de emoções negativas alerta-nos para o que não está bem à nossa volta, aponta-nos o que não serve mais, mostra-nos o que é preciso mudar, o que é necessário para retomar o equilíbrio. Ouça-as, converse com elas. Elas podem, de fato, ser fonte de aprendizados, novos caminhos e lindos recomeços.
Fonte: Vida Simples